segunda-feira, 7 de setembro de 2009

TDAH na Escola




O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. É chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

Segundo Russel as crianças com TDAH tem grandes dificuldades de ajustamento diante das demandas da escola. Um terço ou mais de todas as crianças portadoras de TDAH ficarão para trás na escola, no mínimo uma série, durante sua carreira escolar, e até 35% nunca completará o ensino médio. As notas e pontos acadêmicos conseguidos estão significativamente abaixo das notas e pontos de seus colegas de classe. Entre 40% a 50% dessas crianças acabarão por receber algum grau de serviços formais através de programas de educação especial, como salas com recursos, e até 10% poderá passar todo o seu dia escolar nesses programas. Complicando esse quadro, existe o fato de que mais da metade de todas as crianças com TDAH também apresentam sérios problemas de comportamento opositivo.

Temos que aprender a lidar com estas crianças, conhecer suas limitações, respeitá-la e com criatividade, descobrir como ela aprende melhor. E uma boa maneira de se fazer isto é perguntando a ela. Como você acha que aprende melhor?

A criança portadora de TDAH do tipo predominantemente desatenta é uma criança dócil, fácil de lidar, porém com dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, lenta ao copiar do quadro, lenta para fazer o dever de casa, necessidade de acompanhamento dos pais ou orientadores a vida toda; isto contribuirá para que tenha uma baixa auto-estima, podendo futuramente desenvolver comorbidades como, por exemplo: ansiedade generalizada e depressão entre outros.
A tendência de pais, professores e diretores de escola é entender o comportamento destas crianças como desobedientes e desinteressadas e insistirem a valorizar as melhores cabeças, valorizando no trabalho escolar apenas a transmissão do conhecimento e a produção do trabalho escrito, valorizando mais a quantidade em detrimento da qualidade.

Para ir bem nas provas, uma criança precisa não apenas exibir as aptidões que estão sendo avaliadas, mas também possuir a capacidade de ouvir e seguir instruções, prestar atenção e persistir até que a prova seja completa. A criança deve também ser capaz de parar para pensar qual seria, entre as várias opções a melhor resposta possível. Entretanto, as crianças hiperativas são fracas nessas áreas de aptidões e, portanto, as notas obtidas nas provas de inteligência muitas vezes refletem mais a sua hiperatividade que seu potencial intelectual.

Algumas crianças hiperativas são muito brilhantes. A maioria está dentro dos limites médios e algumas, infelizmente, ficam abaixo da média em suas aptidões intelectuais.
Crianças hiperativas muito brilhantes freqüentemente conseguem ter uma boa atuação durante o curso elementar (1ª séries do 1º grau) e é possível que não sejam consideradas crianças com problemas. As maiores aptidões intelectuais da criança permitem que ela compense sua incapacidade de continuar numa tarefa. Ela pode não se dedicar durante muito tempo, mas o tempo gasto nas tarefas muitas vezes resulta num trabalho completo e freqüentemente correto. Pode parecer que esta criança não preste atenção, mas quando solicitada geralmente sabe a resposta. Lembre-se: ser desatento não equivale ser incapaz de aprender. As crianças hiperativas, quando sua atenção é focalizada, são capazes de aprender tão bem quanto as outras.

Canalizando a Hiperatividade
O déficit pode ser corrigido com medicamentos, mas muitas famílias resistem em tratar um filho com remédio de tarja preta. Foi o que aconteceu com o americano Michael Phelps. Ele começou a nadar aos sete anos, depois de ter sido diagnosticado com TDAH. Era muito agitado, não conseguia prestar atenção às aulas da escola e questionava tudo o que lhe diziam pra fazer. A natação era uma forma de canalizar sua energia. Aos onze anos ele resolveu parar de tomar pílulas para controlar a hiperatividade - o medicamento era administrado na escola e o fazia sentir-se diferente dos outros. O menino acabou provando que era diferente mesmo: ganhou oito medalhas de ouro nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.

Segundo Iane Kestelman, psicóloga familiar e presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), um portador de TDAH que não recebe tratamento na infância pode se tornar um adulto mais propenso ao suicídio, ao abuso de drogas, a acidentes violentos com veículos e a gravidez precoce.
Foi algo parecido que aconteceu com Phelps, que chegou a ser preso por dirigir embriagado e também se envolveu com drogas.

BIBLIOGRAFIA
Revista Época - abril 2009

Aline Ferreira RA: A160BF-0

Nenhum comentário:

Postar um comentário